quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Utopia que nos resta


Demóstenes Torres depôs no Conselho de Ética do Senado. Falou por duas horas. Disse que estava deprimido, que era a pior fase de sua vida, e blá blá blá. Disse que não tinha idéia que Carlinhos Cachoeira era um contraventor. Disse, e disse e disse.
Bem, antes de mais nada, ele "disse". Não usou de seu direito de permanecer calado. Isso não o faz mais inocente, nem mais magnânimo, nem superior a nenhum outro que como ele foi pilhado em má-conduta.
Ele também já está sem partido. Pediu a desfiliação do Democratas, que de todo modo o expulsaria. O Democratas ainda tem um passivo a expurgar, notadamente pelo passado pefelista, mas tem se pautado por uma intolerância saudável que nunca se vê no PT.

Demóstenes Torres tem que ser cassado para o bem do Senado. Faltou com o decoro e isso é fácil de constatar. Não importa se cometeu ou não crimes. Tem que ir embora do Senado, e que a investigação continue e que lhe seja aplicada a pena proporcional caso se prove algo.
É simples assim.
Faz parte do amadurecimento democrático de um povo não ter pena nestes casos, tampouco ter medo de encarar uma decepção. Demóstenes era "do nosso time". Combatia os desmandos petistas com empenho técnico e "saúde civil", angrariando o respeito de todos. Talvez fosse o caso de ser merecedor de nossa admiração. Mas o caldo entornou. Chega. Cai o pano, ele vai embora e vida que segue.
É muito bom não se ver uma defesa cega de Demóstenes. Nenhum prócer correu em sua defesa. Seu partido não lhe dedicou uma moção de desagravo. Nem mesmo a Veja foi acusada. Teve-se com ele o rito sumário que deveria ser oferecido aos mensaleiros, operadores de recursos não-contabilizados, malversadores de verbas públicas, como compradores de tapioca, alugadores de quartos de motéis e presentados com Land Rovers.

Quem deseja uma democracia forte luta pela lisura e transparência, pela ética e pela decência como valores. Sem estes quesitos, qualquer ação política é ilegítima, desonesta e fadada ao fracasso.
Quem deseja uma democracia forte não reconhecerá como sério qualquer governo de qualquer viés ideológico, que não aja conforme ditames morais.
Há uma parte cada vez maior dos brasileiros que não reconhece o governo petista, não por ele ser de esquerda, vermelho, comuna, ou por ter tido um titular sem curso superior. Viram o nariz porque é um governo comprovadamente corrupto. Vá lá, comprovadamente, a rigor, só depois do julgamento do Mensalão. Mas a julgar pela movimentação de Lula, criticada até por Dilma, eles estão com medo.
Para uma parte cada vez maior dos brasileiros, a corrupção não tem cor, não tem barba, não tem pena nem bico. Roubo é roubo. É feio. E ponto. Se petista rouba, cadeia. Se tucano rouba, cadeia. Se peemedebista rouba, cadeia.
Muitos dos arrolados no Mensalão foram reeleitos, alguns perderam os direitos políticos, mas TODOS continuam no PT. E são defendidos e aplaudidos com fervor por onde passam.
Uma parte cada vez maior de brasileiros não tem bandidos de estimação. Não ataca o capital especulativo, nem acusa a imprensa de golpista quando "um dos nossos" é pego roubando, porque quando "um dos nossos" é pego roubando, deixa de ser "um dos nossos" e passa a ser "um ladrão".

Cometer crimes contra o povo nunca é aceitável, nem em nome de utopias.
Para uma parte cada vez maior dos brasileiros, as ditaduras são sempre ditaduras. Sejam elas militares, em nome da segurança nacional, sejam elas de Esquerda, em nome da utopia socialista.
Uma parte cada vez maior dos brasileiros aspira ver entremeados nos três poderes da República uma maioria comprometida com o bem comum. Tal feito só será possível pelo voto e pelo fortalecimento das instituições, enfim, pela democracia.
Uma parte cada vez maior dos brasileiros, na qual me incluo, acha que político não é necessariamente ladrão.
Sabemos que esta nossa utopia talvez seja mais delirante que uma ditadura do proletariado, e com ideais mais ambiciosos que os de igualdade, liberdade e fraternidade.
Não que seja necessariamente uma questão de escolha, mas a história mostra que é a utopia que nos resta.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O vermelho e o verde

Num programa matinal de rádio que eu ouvia hoje, o economista Delfim Netto comentou o Código Florestal assim: "olha, eu não li tudo, mas a julgar pela reprovação dos dois lados, me parece que a presidente Dilma acertou. Desagradar as duas partes mostra que o Código, depois dos vetos, ficou equilibrado." Delfim nos fez lembrar um personagem encarnado por Jô Soares em sua homenagem chamado "Professor Sardinha". Tratava-se de um ministro da agricultura que entendia pouco do riscado, até por ser economista. Tanto que seu bordão era "não era bem isso que eu queria, meu negócio é números!". Bem, Delfim foi ministro da agricultura no governo Figueiredo, antes de assumir a pasta do Planejamento.

Eram tempos outros, onde se percebia que um ministro estava deslocado no ministério por conta de sua expertise e não pelo fisiologismo. E a crônica da época era implacável, como se nota pelo personagem da sátira. Hoje qualquer Wagner Rossi pode assumir a agricultura sem que sofra apupos, a não ser que haja uma reportagem que o derrube.
Mas o flagrante na entrevista de Delfim, foi que ele, a exemplo de quase todo mundo, simplesmente não leu nem o Código Florestal, seja lá em que versão, nem o texto aprovado por Dilma. Se tivesse lido não julgaria o texto pela repercussão. E nos dois lados que reprovaram, aposto, muito pouca gente leu.

Permitam-me examinar com cuidado os lados. Comecemos pelos que dizem defender o meio-ambiente. Há um tempo atrás ninguém em seu perfeito juízo se levantaria contra idéias como efeito-estufa, camada de ozônio, aquecimento global e afins. Aqueles que as defendiam o faziam para defender o Planeta, e por extensão a nossa vida. Apareciam com ameaças - do tipo derretimento das calotas polares ou furos na camada de ozônio espalhando câncer de pele como praga de gafanhoto. Ai de quem não acreditasse neles. Receberia a pecha de inimigo da Terra.
Uma das explicações da força destes argumentos e de seus argumentadores no Brasil, é a que eles cresceram num vácuo gerado pela descrença na Esquerda. Expliquemos: antes, a Esquerda era a depositária moral, a virtude pura, a garantia da promoção de igualdade. Depois dos anos de Lula, com o  Mensalão e afins e do começo de Dilma com a pasmaceira administrativa e a enxurrada de ministros ladrões ( e uma vez que a Queda do Muro não bastou para derrubar um pensamento vigente por aqui), a Esquerda passou a ser vista por muitos como depositária de vícios, desvirtuadora de instituições e promotora da igualdade só para aqueles que são nossos e nós somos teu. Ficou difícil defender a ideologia, ou pelo menos continuar batendo na tecla que seria a salvação da humanidade.
Com isso, a tocha da justiça recaiu sobre os ambientalistas, eles sim românticos, que lutam contra os poderosos do capital em nome do bem comum entre os homens e da harmonia dos bichinhos com as coisas do Criador.
A motivação é a mesma, com a mesma sanha Davi x Golias: contra o capitalismo, esse poluidor assassino.

Já que os governos de esquerda não entregaram o que prometeram, certamente por culpa da Veja, vamo nóis defender o Planeta. Assim a gente continua lutando contra os senhores do dinheiro, com direito a passeatas e protestos nas redes sociais. Nem pensar que a teoria do aquecimento global caminha para o descrédito. Muito menos que é meio longe para o sujeito pegar uma bicicleta e vir trabalhar em Santo Amaro sendo que ele mora em Cangaíba. Vale justificar a existência lutando por causas nobres e comprando crédito de carbono.

E como em toda luta, elegendo o inimigo. Muitos brasileiros, a julgar pela educação rasa que receberam, tomam produtores rurais como Senhores de Engenho. Assim, a bancada ruralista é a bancada dos Senhores de Engenho que escravizam a mão-de-obra e, pior, desmata para plantar.

Se o país obrigasse o replantio, da forma como os ambientalistas exigem, perderíamos 14% da área plantada. Seriam 33 milhões de hectares a menos, sendo que o país usa 49 milhões de hectares para produzir grãos. Isso para aumentar as áreas de preservação em menos de 4%, num cenário onde 61% de nossa vegetação nativa já se mantém intocada. É motivo de orgulho, mas se sentirmos por qualquer motivo orgulho de nosso país, a turma da luta ambiental não terá mais a quem salvar.

A bancada ruralista, bem se diga, não é uma confraria de santos. Mas também não é a voz do latifúndio, como querem nos fazer crer. Representam também o interesse de médios e pequenos produtores, que, sem força de expressão, colocam comida em nossas casas. O agronegócio é responsável por 40% da balança comercial. E representa ainda um exemplo de conjugação entre os entes público e privado, vide a Embrapa.
Foi triste ver as manifestações de "veta, Dilma" por aqueles que estão em busca desesperada por justificar suas existências em uma luta quixotesca. Como Delfim Netto, não leram em profundidade o código, nem sua redação final.
Assim como não tinham lido Marx, Gramsci, Arendt e por aí vai...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Chamem o Poirot!

O primeiro livro de Agatha Christie foi "O misterioso caso de Styles". Contava sobre o assassinato de uma matriarca dentro de sua própria mansão. Foi também a primeira aparição do detetive Hercule Poirot, belga tangido para a Inglaterra por conta da Primeira Guerra Mundial, em cuja época se passa o enredo. A Autora se mostrava promissora, bem como seu anti-herói. A história bem urdida com idas e vindas fixaria dali por diante um estilo característico na literatura mundial. Conta a desventura de Emily Cavendish, que se tornara viúva de seu rico marido, herdado a fortuna e após um prudente luto, envolvido-se em segundas núpcias com Alfred Inglethorp - bem mais novo que ela. Tal fato despertou o ódio dos enteados, Lawrence e John Cavendish, mas outras variáveis estavam envolvidas em seu assassinato, de resto desvendado por Poirot.

Ontem tivemos a ida de Carlinhos Cachoeira à CPI que leva seu nome. Foi ladeado por Márcio Thomaz Bastos, que parece querer a todo momento justificar as piadas mórbidas de advogado que já são parte de nosso folclore. Como Tiririca no teste de QI, Cachoeira ficou calado. Direito dele. Thomaz Bastos não foi lá para assegurar isso, mas sim para saber a linha da acusação - no que logrou êxito apenas parcial, uma vez que a sessão foi suspensa.
O motivo dessa CPI foi desviar o assunto do Mensalão e achincalhar a Veja. Parece que não vai funcionar. O novelo é mais emaranhado que parecia. Cachoeira, a despeito de ser um contraventor pesado, merecedor sim de um CPI, é a ponta do Iceberg. Ele operava para a Delta, que era de Fernando Cavendish. A Delta deveria ser o real foco das investigações. O problema é que envolve Sérgio Cabral, aquele que é nosso e nós somos teu, segundo Vacarezza.
A venda da Delta para o grupo JBS deveria merecer mais atenção. A pilantragem foi tão escancarada que deveria merecer mesmo era cadeia.
Essa CPI não vai investigar o Deltoduto, que colocaria o Valerioduto no chinelo. O que se trata de um erro estratégico de Lula e de todos que negam o Mensalão: o esquema da Delta aparenta ser maior, mais complexo e com maior efeito deletério sobre as contas públicas que o Mensalão. Daria facinho para esquecê-lo.
O problema é que este esquema pega muita gente, quase todo mundo da base aliada, chegando a respingar para perto de Dilma. Melhor não mexer com isso. O Mensalão tem os 40 ladrões definidos há tempos, mas no caso do Cachoeira pode ser que haja surpresas.

No livro de Agatha Christie, o primeiro suspeito foi Alfred Inglethorp, que teria todos os motivos para matar a esposa - ficaria com a herança. Não quero contar o final, mas a autora já usava de um estratagema que a consgararia: induzir o leitor a uma ordem de prioridades de suspeitos, de maneira a não abandoná-la até que o livro termine. Ela aproveita bem essa dificuldade que temos para mudar nossas crenças tão logo as estabeleçamos como verdade.

Está claro que Cachoeira, por mais que seja, ainda é pouca coisa. Abandonemo-lo na cela em que está para que pague pelos crimes que cometeu. Essa CPI já concluiu esta verdade e deveria mudar suas crenças. Nem deveria se chamar mais "Do Cachoeira" e sim "Da Delta"
Nós sabemos que nunca irão chamar Fernando Cavendish, um aristocrata tipicamente brazuca obviamente sem parentesco com os ingleses da ficção. E caso ele vá, irá permanecer calado. De todo modo algum estrago foi feito em favor da democracia e a Delta está perdendo contratos.
Mas, num delírio de imaginação, se Poirot fosse membro da CPI, como seria o diálogo entre ele e Thomaz Bastos?
Poirot iria perder feio. Nem Agatha Christie, com sua sórdida imaginação teria capacidade para criar um personagem como o ex-ministro da justiça.

sábado, 19 de maio de 2012

A culpa não é do espelho

Há um costume, não sei se apenas de brasileiros, de falar dos políticos como se fossem seres etéreos, plantados nas instituições por forças outras que não o voto. O problema não é que as pessoas se esquecem em quem votaram. O problema é que parecem não se lembrar que votaram um dia. Falam do mensalão, mas reelegem mensaleiros. Exigem a aplicação da lei da ficha limpa, mas votam em quem ostenta ficha suja. Dos políticos que foram cassados por improbidades, a esmagadora maioria teve como maior atribulação a suspensão dos direitos políticos, que na letra da lei significa não poder "votar, nem ser votado". A lei já pressupõe a possibilidade do distinto voltar a um cargo público por sufrágio, e daí impede que a súcia de incautos o reconduza.

João Paulo Cunha, aquele que foi sacar dinheiro no Banco Rural dizendo que era pagamento de TV a cabo, é talvez o melhor exemplo pois não só retornou ao Congresso legitimamente reeleito, como atualmente preside o Conselho de Ética. Ter sido pilhado em flagrante malfeito, como bem definiria a PresidentA, e ter tentado sair dele com a expicação mais cínica da época mais cínica de nossa política não impediu que eleitores dessem a ele seu voto. A tentação de perguntar a um por um dos cidadãos de Osasco e região (sua base eleitoral) a razão dos votos em João Paulo é imensa, e só não é levada a cabo por que seria grande a possibilidade de não termos na população uma fatia expressiva que se lembre de seu voto. Não surpreende também ele ocupar a primeira posição em intenção de votos para a prefeitura daquela cidade, chegando a 78 % das intenções. O que realmente acontece com os eleitores? Citamos Osasco, a quinta maior cidade de São Paulo, para certificar este fenômeno como global, não sendo mais privilégio dos grotões. Provavelmente nunca tenha sido, haja visto o Malufismo outrora grassado na maior cidade do país. Se fôssemos mesmo tentar entender o voto dos osasquenses, provavelmente sairíamos com o dístico "rouba mas faz" inspirado no Malufismo. O Petismo adaptou o lema, ficando "rouba, que nem todo mundo, mas faz".

Falando em Malufismo, veja só que interessante: nos tempos de oposição ferrenha, Marilena Chauí, uma pitoniza do PT, escrevia na revista Lua Nova, do Centros de Estudos e Cultura Contemporânea (CEDEC) a seguinte descrição dos métodos de Maluf, no longínquo ano de 1984:


"Talvez uma pista para encaminhar uma resposta apareça, se avaliarmos o sentido dos ataques pessoais desfechados pelo malufismo contra Antônio Ermírio de Morais e os que prepara contra José Sarney. O estilo empregado é o da intimidação, mesclado de difamação, calúnia e verdades.
Quantos dossiês "confidenciais" possui Maluf? Que uso pode fazer deles? Que uso já fez? Assim, o que o torna assustador é o fato de que, num país onde não existem instituições políticas no sentido pleno do termo, mas simples agrupamentos periódicos de interesses privados disfarçados em públicos, o poderio da intimidação pessoal é ilimitado porque não há como regulá-lo nem como detê-lo. O malufismo é um estilo de mando fundado na dominação pessoal."
revista lua nova, vol 01 número 03, dez/84


Que diferença encontramos destes métodos com os do PT atual? Intimidação, difamação, calúnia - a "blogosfera progressista" serve bem a estes propósitos. Dossiês confidenciais? Marilena ensinou direitinho aos orientandos (ou teriam aprendido com Maluf?) - e tivemos Caymans, Aloprados e agora o livro da Privataria. Sem falar na descrição precisa que se aplica ao PT como "estilo de mando fundado na dominação pessoal", com todos servindo a Lula.
A Professora acerta quando diz que no Brasil "não existem instituições políticas no sentido pleno do termo, mas simples agrupamentos periódicos de interesses privados disfarçados em públicos." Não existia em 84, não existe em 2012.

Pode ser que a chave esteja nos interesses privados, então vota-se em João Paulo porque apesar de roubar ele faz. Faz por quem? "Por mim", responde o cidadão, "pela minha rua, pelo emprego do meu parente e até pela minha dentadura." Eleitos sob essa filosofia, os parlamentares de qualquer nível legislarão da mesma forma: por eles, por suas ruas, pelos empregos de parentes e até por suas dentaduras.
"A culpa não é do espelho se sua cara é torta", já nos lembrava Gógol em "O inspetor geral". O Congresso Nacional não passa de um espelho. Talvez fosse hora de parar de culpá-lo e endireitar nossas caras.

Nem pródigo, nem prodígio

Aqui estamos, de volta! Após um intervalo de um ano e meio, retomaremos as atividades no Blog. É certo que tamanho intervalo se deu por conta de motivos sumamente particulares. É mais certo ainda que a volta também se dá por motivos de igual monta. De vez em quando eu entrava e relia alguns posts. Alguns ficaram datados. Outros não.
Já vamos para dois anos do Terceiro Mandato. Houve muitos momentos em que tive vontade de voltar. O debate se deteriorou, a internet tem sido usada para fins totalitários, mas muitos são os que respiram. Apesar da briga apresentar muitos golpes baixos, é inequívoca a noção de que a Esquerda deixou de ser o depositário da virtude e do bom-mocismo. Será um processo lento, mas irrefreável. Nossa Democracia sairá mais forte dele.
Em meio a isso tudo eu fico aqui, na minha trincheira de Brancaleone. Ou melhor, eu volto a ficar. Não gastei muito neste tempo, nem tinha como nem com o quê. Muito menos tenho grandes aptidões que possam me recomendar como para além do meu tempo.
Nem um nem outro. Só um soldado na lida diária com a própria consciência.
À LUTA!