sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Então... mas não pode...

- Você viu? O Beto Richa, governador eleito do Paraná, nomeou a esposa e o irmão para o secretariado. Credo! Nepotismo... não pode.
- Mas Beto Richa é competente, tanto a esposa quanto o irmão participaram da administração dele na prefeitura de Curitiba, onde aliás ele foi reeleito.
- Já não podia. Nunca pôde.
- Beto Richa é filho de José Richa, saudoso tucano. E pelo visto saiu ao pai.
- José Richa também nomeava parente?
- Sei lá caramba! Ele era do PSDB também, e muito competente.
- Mas nomear parente é feio...
- Puxa, todo mundo nomeia, inclusive o PT.
- Olha só... ninguém pode.
- Meu amigo! A esposa de Beto Richa, Dona Fernanda, tem experiência. Vai fazer um bom trabalho na Secretaria da Família e Desenvolvimento.
- Mas é esposa dele, não pode. E o que tem família a ver com desenvolvimento?
- O irmão, Pepe Richa, é engenheiro. Já dirigiu o DER do Paraná, foi secretário de Administração de Curitiba. A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística estará em boas mãos.
- Estará nas mãos do irmão do governador e isso é inaceitável. Aliás, quanto nome pomposo para Secretaria. A de Esporte se chama como, "Secretaria de Desportos e Fomentos Olímpicos"?
- Cara, quer saber? Você deve ser da turma do Aécio. Ou petista enrustido. Que cara chato! E se fosse sua mãe, podia?
- Minha mãe também acha que não pode...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pobre Previdência Pobre

A vantagem de Garibaldi Alves sobre muitos de seus antecessores é a sinceridade. Ele disse que não entendia muito desse negócio de Previdência. Jader Barbalho, indicado por Sarney não devia entender também. De aposentadoria, só entendia mesmo da dele. Antônio Brito, o porta-voz de Tancredo, foi indicado por Itamar. Antes dele, sob Collor, tivemos Rogério Magri, aquele do "imexível". FHC indicou Roberto Brant, que depois, já no governo Lula, veio a ser o único deputado da oposição (ele era do DEM) a ser cassado pelo mensalão. Lula teve como ministros gente como o "aloprado" Ricardo Berzoini e Romero Jucá, que deu como garantia de empréstimo uma fazenda que não existia. Mas também teve José Pimentel, um dos poucos que entendia do riscado.
Tão paraquedistas quanto Garibaldi são os peemedebistas Edison Lobão nas Minas e Energia e Wagner Rossi na Agricultura. Nelson Jobim continuará na Defesa, pois Lula assim quer. Vai ter mais quatro anos para aumentar o caos aéreo e enrolar a compra dos aviões-caças.
O diacho é que tem gente boa no PT, como Paulo Paim, para a Previdência. Dá comichão de ver uma pasta com déficit de 100 milhões de reais nas mãos de um amador. Reformar a Previdência é um imperativo para o bom futuro de nossa economia. É pauta em qualquer conversa sobre as prioridades nacionais.
Daí vem Dilma e me coloca a prioridade como mercadoria de troca.
Pobre Previdência... cada vez mais pobre...

Já pensou se alguém protestasse contra a liberdade de expressão?

Eu tinha acabado de chegar em casa. Zapeando a TV passei pela BandNews. Eis que Lula solta:

"O que acho estranho é que o rapaz que estava desembaraçando a diplomacia foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto contra a liberdade de expressão."

Lula discursava sobre quem ele chamou de "aquele rapaz da internet". Como tenho boa vontade, entendi que Lula usou de uma metonímia ao dizer que "prenderam o WikiLeaks". O site foi tirado do ar. Preso foi seu dono, Julian Assange, acusado de estupro. A acusação partiu da Suécia. A Suécia é um país de terceiro mundo que passou por várias ditaduras e tem os piores indicadores de qualidade de vida do planeta. E sendo assim, cumpre-nos tentar entender os motivos pelo qual esta república de bananas quer prender esse tal de WikiLeaks.
Como disse, pesam sobre Assange acusações de estupro. Fica difícil explicar porque diabos resolveram procurá-lo com esta fúria só depois que os documentos vazaram - a menos que o motivo seja o vazamento mesmo. Prendê-lo por divulgar mensagens tão importantes quanto um correio elegante de festa junina é obviamente surreal. O site já havia publicado um vídeo, há uns seis meses, mostrando um helicóptero americano abrindo fogo contra civis iraquianos (atenção, Presidente, cometi uma metonímia aqui também! Não foi o helicóptero que abriu fogo, mas sim os soldados dentro dele.) e nem por isso o mundo caiu (uma hipérbole!) para ele. Se as mensagens caíram nas mãos do site (aí é uma prosopopéia, Presidente!), aqueles que o editam tem o direito de publicá-las. E ponto.
Mas quando Lula se mete a fazer ironia com o fato, as coisas se complicam. Sabemos da sanha dos petistas para que haja maior controle da Imprensa. Sabemos que Dilma teve dor de cabeça com isso, tanto é que em seu primeiro discurso depois de eleita ressaltou a defesa da liberdade de imprensa. De tal sorte que essa frase de Lula, ainda que tosca, é mais uma provocação. Talvez ele quisesse dizer "protesto contra o cerceamento da liberdade de expressão". Até porque tem muita gente em seu governo que protesta diariamente contra a liberdade, não só de expressão, mas principalmente de posicionamento político.
Em tempo: a Suécia não tem o direito de prender sumariamente ninguém. Se assim foi, Lula tem mais é que defender Assange.
Cuba também não pode fuzilar, nem levar à inanição dissidentes políticos. O Irã, para o bem da humanidade (se é que Ahmadinejad sabe o que é isso), talvez devesse rever a pena de apedrejamento. A diferença é que os prisioneiros destes países não mereceram a mesma atenção de Lula.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A dialética do PT

O Terceiro Mandato de Lula será o governo da Tese. Finalmente, desprovidos de oposição, com uma mídia de joelhos e um Congresso bovino, tendo eleito uma nulidade para a presidência, os petistas poderão dizer quem são.
No Primeiro Mandato tivemos a Antítese: um ex-presidente do BankBoston para o Banco Central, Palocci promovido a social-democrata na Fazenda, Roberto Rodrigues na Agricultura, Luís Fernando Furlan no Desenvolvimento e a manutenção dos programas sociais de FHC.
No Segundo Mandato a Síntese: continuava alguma coisa, mas já havia o Mensalão, os Aloprados a grandiloquência do PAC, e o embrião do Partido Totalitário com o bordão "Nuncaantesnestepaís...".
Neste Terceiro Mandato, que começou quando Lula levou a primeira multa do TSE por escancarar a campanha de Dilma, teremos a mostra do que este governo sempre quis ser. Controle da Imprensa, um imenso arco de alianças lastreadas na promessa do maior loteamento de cargos já visto (e apenas nisso), além da grandiloquência em níveis estratosféricos (vide o trem-bala) nos mostram a real face desta turma.
Nada escapará da sanha do totalitarismo, nem o passado. Lula chama de herança maldita o fato de encerrar o mandato sem ter que cortar zeros e mudar o nome da moeda. Diz que as privatizações quebraram o país, ao mesmo tempo em que concede no edital do trem-bala uma garantia de cinco bilhões de reais à empresa vencedora, caso a operação não dê retorno, sem falar na lei que facilitou a vida da Oi - uma benesse que nenhuma empresa de telefonia teve com os tucanos.
Lula disse hoje que Serra deve pedir desculpas pelo episódio da bolinha. Daqui a pouco exigirá dos opositores que peçam desculpas por terem nascido.
Será este o Mandato da Tese, da plena realização do Moderno Príncipe gramsciano. Ai de quem contestar Dilma, que será defendida com fúrias dignas de fanatismo.
Um regime totalitário não precisa se servir necessariamente de uma ditadura. Triste democracia.

Eu regi um coral para o Palocci

Corria o ano de 1992. Eu morava em Ribeirão Preto, fazia cursinho pré-vestibular. Tinha uma turma de amigos dada às artes, como acontece com muitas turmas de amigos adolescentes mundo afora. Pois que esta turma se congregava também em um grupo de teatro. Nossos múltiplos talentos alcançavam também a música, a literatura e as artes plásticas. Em meados daquele ano fomos contaminados pela candidatura de Antonio Palocci, do PT, a prefeito. Trazia como candidato a vice Joaquim Rezende, do recém-fundado PSDB - naquele tempo considerávamos os dois partidos como matizes de um mesmo cinza. Ou vermelho, como queiram.
O slogan nos adesivos me trazia a memória das Minas, "Nada será como antes". Em tempos pré-valerioduto o caixa de campanha era composto de forma mambembe, sem grandes esquemas, um caixinha-dois aqui e ali. O irmão de um de meus amigos foi o autor do gingle, que trazia versos como "Palocci pelos nossos sonhos". Ele nos convidou para apresentarmos uma esquete em um barzinho da moda, descolado, da época, como parte de um show para arrecadar fundos.
Estávamos ensaiando "O homem e o cavalo", de Oswald de Andrade, e a abertura era um coral. Transpusemos a cena para a esquete, adaptando-a, desta vez cantando o gingle de campanha. Eu fazia o papel do maestro. Foi muito divertido, engraçadíssimo.
Na minha lógica, eu achava estar participando de um grande momento. E estava mesmo. Sabia que ali era uma chance de tomar outro rumo na política, que ali nascia uma carreira que tinha tudo para ir adiante, carreando nossos sonhos, fazendo tudo ser diferente do que era antes.
Quando Palocci assumiu o Ministério da Fazenda fiquei feliz, e se ainda fosse adolescente teria me considerado co-responsável por aquela ascensão.
Mas aí veio o escândalo do caseiro, as denúncias de tráfico de influência, as maracutaias em Ribeirão, quando prefeito. Eu já homem feito, me senti responsável. E meio otário, de ter votado em alguém em nome de meus sonhos.
Hoje o STF absolveu Palocci de seu último processo. A Justiça finalmente o perdoou.
Mas eu não.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A volta do Dragão

Na época em que houve a transição de FHC para o Primeiro Mandato de Lula a inflação começou a subir, lembram? Os analistas falavam de "profecia auto-realizável". Algo como seu Zé da Venda entender que, se a toada continuar aquela vai ter inflação, então ele, pelo sim e pelo não, sobe o preço do quilo de arroz. Não dá uma semana e o viajante que entrega arroz diz "olha seu Zé, lá na capital tá subindo tudo. Vou ter que te cobrar mais caro o arroz." Seu Zé, que não é bobo, vai lá e sobe mais ainda e por aí vai... Se isso acontece na venda do seu Zé, imagine na Bolsa e no Câmbio.

Neste Terceiro Mandato, Lula vai finalmente fazer o que sempre quis. Gastar à pampa, baixar os juros e mandar no Banco Central - ou na pior das hipóteses usá-lo também como moeda de apoio. Já anunciou que o superávit primário vai diminuir. E acabou de demitir Henrique Meireles do Banco Central do jeito Lula: a coisa ficou parecendo algo como um pedido de demissão. Já falamos aqui que Mantega, que ao contrário do porquinho Palocci defende o aumento dos gastos, será mantido para o Terceiro Mandato.
Continuaremos também a ter 37 ministérios. Se bobear chegaremos a 40 - tem pelo menos mais dois na agulha, o da Segurança e  o da Pequena Empresa. Um governo desse tamanho custa muito dinheiro. E não há nada no horizonte que nos anime.

Vamos por partes: Superávit Primário, em miúdos, é a economia que o governo faz para pagar juros da dívida pública. Se Lula diz que vai diminuí-lo, é porque vai destinar menos dinheiro para este tipo de pagamento. Este, digamos, calote, além da insegurança, gera mais contas no vermelho, pois a dívida vai aumentar, certo? Mas aí você pode perguntar: este dinheiro vai para obras! Tomara - e ainda assim será grande o risco de inflação. Porém, vamos examinar o percentual de gastos dos Dois Primeiros Mandatos:

Em 2003, quando Lula assumiu, as Despesas Primárias consumiam 15,62% do PIB. Em 2010 chegaram a 18,96%, portanto um aumento de 3,34 pontos, certo? Despesas Primárias englobam pagamento de pessoal, custeio e investimentos. Grosso modo é quanto um governo custa para funcionar. Quando se diminui as Despesas Primárias, aumenta-se o Superávit Primário. E vice-versa - o que explica o medo do Seu Zé.
Só por curiosidade: este governo, o mesmo que quer a volta da CPMF com o nome de CSS, gastava com saúde 1,35% do PIB. Em 2010 aumentou para 1,40%. Deu para ver? Enquanto as Despesas Primárias aumentaram 3,34, o gasto com saúde aumentou 0,05... E o PIB aumentou 4% AO ANO!

Tirei estes números do site d´O Globo. Falaremos dos juros depois.

Os temores do mercado têm fundamentos, não são fruto de preconceitos contra um operário de esquerda que assumiu a presidência. Ah, outra curiosidade histórica para quem acha que 37 ministérios é coisa normal: JK governou com 11 ministérios.

sábado, 20 de novembro de 2010

Três Práticos

Uns posts atrás defini o trio petista que sempre acompanha Dilma como a "Junta Permanente". Mas Dilma me superou e hoje tratou os Josés Eduardos - Dutra e Cardozo - junto com Palocci de "Os Três Porquinhos". Por que será, hein? Será incômodo? Será de caso pensado? E por quê logo os porquinhos? Quem é o Lobo? Lula? Acho que não. O Lobo está mais para ser o PMDB.
Poderiam ser chamados de outros trios. "Três Patetas "soaria igualmente grosseiro e escrachado. Tem aquele trio de amigos, pioneiros de nossos quadrinhos, "Reco Reco, Bolão e Azeitona", que daria um tom menos agressivo. "Pelé, Coutinho e Mengálvio" talvez lembrasse mais Lula, porém seria por demais elogioso e talvez não fosse esta a intenção. "Santa Maria, Pinta e Nina" poderia dar a dimensão da Junta, ainda que imprópria, uma vez que a condução do governo será por mares já dantes navegados. "Fauna, Flora e Primavera"... sem chance, eles não são atrapalhados, e fazer abóbora virar carruagem é fichinha para quem fez o mensalão virar processo de gaveta. "Trio Parada Dura" afinaria pela breguice - tem gente que acha ser este nome uma expressão irônica, sem saber que era um conjunto de música sertaneja formado por Barrerito, Creone e Mangabinha (na minha infância era questão de honra saber o nome dos três). "Triângulo das Bermudas", por sumirem com esqueletos sem deixar vestígios. "Os Mutantes" - que era um trio - talvez casasse melhor ao PT, de tantas metamorfoses desde sua fundação.
O que mais intriga foi terem mudado o nome do Porquinho Homero para "Prático". Logo Homero, o único poeta, espremido pelo guerreiro Heitor e pelo político Cícero. Talvez Dilma quisesse dizer que seus Porquinhos são na verdade três "Práticos".
A ação primordial e decisiva de Prático nem foi construir uma casa de tijolos, mas sim queimar à traição o rabo do Lobo enquanto ele tentava invadir a casa descendo pela chaminé. Dilma poderia estar mandando um recado.
Te cuida, PMDB!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quero ver Espanha X Cazaquistão

A Câmara aprovou hoje um pacote de mimos que dão foros legais à gastança de dinheiro público por ocasião da Copa. Tiraram a cobrança do IPI, Cofins e PIS dos materiais que servirão para a construção de estádios. A cereja está na liberação dos impostos também para os estádios onde as seleções irão treinar. Assim, caso a seleção de Camarões resolva treinar no CT do Comercial de Campo Grande, o clube poderá reformar sua sede com incentivos públicos, ficando as melhorias depois da Copa para uso do povo, ou melhor, do Comercial de Campo Grande.

Informa-nos o G1: "O relator incluiu ainda na medida provisória artigos de um projeto de lei que tramita na Casa dando isenções tributárias para a Fifa, a entidade que dirige o futebol mundial, em atividades relacionadas à Copa e a eventos correlatos, como seminários e atividades culturais, entre outras.
Alimentos, suprimentos médicos, troféus, medalhas, material promocional, impressos, entre outros bens, importados pela Fifa com estas finalidades não pagarão tributos federais. Bens duráveis importados terão suspensão temporária do pagamento de tributos federais se forem exportados ou doados após o fim das competições.
Como a MP já abrangia diversas áreas, os deputados ampliaram ainda mais o escopo. Até uma emenda que muda a forma da cobrança de impostos sobre couro foi incluída na proposta."

Alguém explica a parte dos bens duráveis que terão suspensão temporária de impostos se forem exportados... Ah, e o couro vai ficar mais barato, assim a gente consegue competir com o Paquistão e a Copa terá bolas feitas em Carapicuíba.

E, como a Fifa é pobre, a gente dá isenção até para os impressos deles. As Centrais Sindicais do Brasil são igualmente pobres, mas por enquanto só estão ganhando o direito de atrapalhar a novela (v. post anterior).

Em resumo, era para ser uma Copa nível Alemanha 2006, mas tá saindo pior que a da África. O mais legal é que isso não é surpresa para ninguém. Vamos perder a oportunidade de arrecadar. Ganhar dinheiro com esse negócio é coisa para a Fifa.

Por isso não vou comprar nem uma lembrança dessa porcaria, e muito me agradaria se brasileiro nenhum comprasse. Já estou pagando e gostaria de minha parte em ingressos. Pode ser da primeira fase. Queria ver a Espanha. Como eu sou legal, aceito assistir ao jogo contra o pior da chave, que talvez seja, sei lá, o Cazaquistão.

Pão e circo para a gente, pois merecemos. Só no estádio para esquecer que também estaremos pagando a CPMF...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Neste país só os revolucionários e os criminosos são profissionais

O título do post é de uma frase extraída de um artigo de Olavo de Carvalho, a frase completa é:

"Neste país, só os revolucionários e criminosos são profissionais. A oposição democrática, com toda a sua afetação de elegância, é de um amadorismo patético."

O artigo em questão, publicado no Diário do Comércio em 08/11, versava sobre a atitude das oposições no período eleitoral. Tomo a frase emprestada para comentar o projeto aprovado na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados que dá às Centrais Sindicais o tempo de dez minutos semanais em redes de rádio e tv "para discutir matérias de interesse de seus representados; transmitir mensagens sobre a atuação da associação sindical e divulgar a posição da associação em relação a temas político-comunitários." (trecho entre aspas tirado do sítio 'vermelho.org', vinculado ao PCdoB). A proposta inicial era de dez minutos diários, e originalmente é de autoria de Manuela D'Ávila, aquela deputada gaúcha bonitinha.
Estão vendo? Isto é ser profissional, senhores! O tal projeto tramita em caráter conclusivo, ou seja, não tem a necessidade de ser votado pelo plenário. De tal sorte que, se dormirmos no ponto, toparemos com uma voz em off interrompendo a alienante novela das sete para exibir um programa da CUT pago pela mesma rapaziada que pagará pelas Olimpíadas.
Ora ora: os sindicatos já recolhem uma parcela do imposto sindical, não têm que prestar contas deste dinheiro e agora, se nada for feito, invadirão, de graça, o horário nobre das tv's para divulgar suas posições em relação a "temas político-comunitários" (meus sais...). As tv's e rádios terão benefícios fiscais pela cessão do horário.
É bom lembrar que esta tramitação pode ser barrada por qualquer deputado, então que nos preparemos. Vale mandar email, fazer correntes, o que for. Sejamos profissionais.

O que não podemos é assistir a esta estatização dos Sindicatos. Ser uma entidade de utilidade pública não quer dizer que esta entidade seja pública. Já temos que conviver com os horários gratuitos para os partidos, mais essa agora será intragável.
Só uma pergunta: a Fiesp, por exemplo, tecnicamente é um sindicato. Ela teria direito à boquinha também? (não é para ter, isso é uma piada, rs)

A investida contra as redes de comunicação só tem sentido sob a ótica "revolucionária", a mesma que afirma, ainda hoje, que as comunicações no Brasil estão nas mãos de três famílias. A gente não pode se dobrar, ter medo de gritos, se culpar com pena dos trabalhadores que "não têm o direito de se manifestar". Têm sim e o fazem.
A reação dos estudantes contra o Enem, mostra bem isso. Alguém viu a UNE? Alguém viu a Ubes se manifestar? Qual nada, a garotada está indo às ruas de nariz de palhaço sem o barulho de trios-elétricos alugados por estudantes profissionais. Virar braço armado de governos é missão de sindicatos em regimes fascistas.

As Centrais Sindicais já têm espaço na Imprensa. Se quiserem fazer propaganda, que paguem. Dinheiro para isso já têm.
Foi você que deu.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Semana cheia no Congresso

Seguiremos de perto esta semana de votações no Congresso, onde o Orçamento de 2011 será pauta. Teremos também votação da EC 29, que vai garantir um repasse decente e ordenado para a saúde, teremos o salário mínimo, verbas para a Copa e Olimpíadas, distribuição dos recursos do pré-sal - será que uma semana dá?
Por mais palpitante que seja a corrida para os ministérios, será um espetáculo triste, onde só constataremos os farelos que Dilma comerá ao se juntar à pocilga fisiológica do PMDB.
Mesmo com as subidas e descidas de nomes para 2011 - como se alguns não fossem cair já antes de 2012 - vale garimpar na imprensa detalhes sobre as votações, ou se entrincheirar por aqui!

sábado, 13 de novembro de 2010

A Celg é uma estatal de energia, portanto...

Segue abaixo um artigo muito ilustrativo do presidente o Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. Está no site do Instituto e foi publicado no estadão. O artigo faz coro a uma das bandeiras deste Blog.

Celg - a doença e o remédio

Claudio J. D. Sales - O Estado de S.Paulo

O governo federal anunciou uma operação de socorro à Celg, estatal goiana de distribuição de energia elétrica, e escolheu tratar (muito mal) apenas o sintoma, ignorando as causas da doença. A proposta envolve solucionar um problema financeiro - o sintoma - sem endereçar os problemas de gestão ou uso político - a verdadeira causa da doença que acomete a estatal há décadas. É como se um paramédico recorresse à transfusão de sangue para salvar uma pessoa sem suturar a artéria aberta por onde o sangue se esvai.

A operação de "salvamento" anunciada pelo governo federal consiste num empréstimo subsidiado da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 3,7 bilhões para o Estado de Goiás. O empréstimo terá juros de 6% ao ano, prazo de 20 anos para pagar, com 2 anos de carência. Coisa de pai para filho.
Cerca de R$ 1,7 bilhão do empréstimo será usado para quitar dívidas do próprio Estado com a empresa e R$ 2 bilhões serão aportados ao capital da estatal. Com esses recursos a Celg poderá quitar suas dívidas relativas a tributos e encargos setoriais, recuperando o direito de reajustar suas tarifas, represadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Também está previsto que a Eletrobrás aportará R$ 140 milhões à Celg, o que elevará a participação da estatal federal para 6% do capital. Além disso, o plano prevê que a Eletrobrás terá direito a assento na diretoria da empresa goiana.
Os que participaram dessa "negociação" intramuros - entre uma estatal federal e uma estatal estadual - insistem em dizer que a operação "não tem nada de político", tachando o momento de fechamento do acordo financeiro - anunciado 18 dias antes do segundo turno das eleições presidenciais - como "coincidência".
Também seria "coincidência" o fato de, um dia após a assinatura do acordo, o partido do atual governador anunciar apoio formal a candidaturas ao governo do Estado de Goiás e à Presidência da República? É saudável lembrar que incluídos nos bilhões acima citados está previsto um repasse de cerca de R$ 700 milhões ao Estado de Goiás (75% do montante) e aos municípios goianos (os 25% restantes, ou R$ 175 milhões) a título de ICMS que não foi pago pela Celg aos cofres públicos. Uma montanha de dinheiro que pode ter sido usada para "incentivar" prefeitos de Goiás a atender aos ditames eleitorais do governo federal.
Essa operação de "salvamento" sofre dos mesmos vícios que levaram a Celg à sua grave situação financeira: interferência política. Essa intervenção não será o salvamento da estatal goiana, mas apenas outro capítulo na sua conturbada história, porque o que falta à Celg é uma gestão profissional e blindada de usos políticos.
Alguns poderão argumentar que a entrada da Eletrobrás na diretoria da estatal visa a esse objetivo. Tal argumento poderia ser verdadeiro, se a Eletrobrás não fosse vítima de problema idêntico.
As distribuidoras de energia elétrica geridas pela Eletrobrás (Amazonas Energia, Ceron, Eletroacre, Ceal, Cepisa e Boa Vista) são alvos históricos de interferência política e estão entre as que apresentam o pior desempenho no setor elétrico. Os seus custos operacionais superam em 36% o valor que a Aneel estabelece como razoável. E a rentabilidade dessas empresas, entre as mais baixas do setor, ameaça a própria sustentabilidade das concessionárias.
A solução deveria ser baseada num processo licitatório concorrencial para selecionar uma empresa, estatal ou privada, com competências profissionais de gestão para imprimir novo padrão à Celg. Um gestor profissional, sem vínculos políticos, selecionado por méritos, pode fazer com que a Celg volte a honrar suas obrigações com o Fisco, os consumidores e o crescimento da própria empresa.
A interferência política já custou bilhões à sociedade goiana e brasileira. E qualquer observador atento percebe que este pacote de socorro merece investigação do Tribunal Superior Eleitoral e dos Ministérios Público Federal e Estadual.

PRESIDENTE DO INSTITUTO ACENDE BRASIL. SITE: WWW.ACENDEBRASIL.COM.BR


Tiririca tem o direito de permanecer calado. Por enquanto.

Eu não sei se Tiririca é analfabeto funcional. O que sei é que ele e seus advogados jogaram uma cortina de fumaça no tal do teste que ele fez no tribunal. Se alguém quiser testar minha condição de alfabetização basta uns cinco minutos. Se você ligou seu computador e chegou a abrir este blog, nem  precisa ler para todos saberem que você não é analfabeto.
Mas Tiririca estava sendo acusado de ser analfabeto, e por isso não faria jus à vaga na Câmara dos Deputados. No teste, deram-lhe textos diversos para ler e interpretar. Ele o fez. Não parece ter satisfeito a promotoria, que já se encarregou de avisar que recorrerá. Os promotores alegam que foram cerceados na sua atividade, sempre sob a premissa de que todos têm o direito de não depor contra si mesmos. Tal premissa encontra-se em nossa Constituição (artigo 5, inciso LXIII), assim como na Declaração Americana dos Direitos Humanos. É lembrando tal premissa que os tiras dos filmes enlatados algemam os supostos bandidos começando por dizer "você tem o direito de permanecer calado...".
Também por ela, aqueles que supostamente dirigem embriagados podem se recusar a assoprar o bafômetro, assim como acusados de não reconhecer filhos podem se recusar a fazer o teste de DNA.
O deputado Tiririca poderia até ter se recusado a qualquer coisa no teste - que de resto foi pior que o Enem. Mas terá que fazer jus aos mais de um milhão de cidadãos que se divertiram votando nele, e assim excercer seu mandato cumprindo com rigor suas obrigações parlamentares. Isso inclui ler e escrever discursos, pareceres, qualificar seu voto quando preciso, relatar anteprojetos, tudo isso com a devida independência, sem ter que recorrer a assessores que lhe expliquem a todo momento do que se trata.
Relembrando os últimos eleitos por votos "cacareco", temos, até nisso, um termômetro para atestar a decadência do congresso: Enéas era médico, bacharel em filosofia e tinha sólida carreira acadêmica. Clodovil foi educado em colégio de padres, estudou filosofia e falava fluentemente francês e espanhol.
Cacareco era um rinoceronte do zoológico do Rio, que em 59 teve 100 mil votos para vereador, enquanto o segundo mais votado teve 95 mil. Porém os votos foram considerados nulos, já que ninguém havia registrado a candidatura. Se isso tivesse ocorrido, Cacareco seria acusado de ser um animal irracional. E certamente assumiria a cadeira, pois ao teste que seria realizado no tribunal para averiguar a acusação, ele não compareceria.
Afinal, ninguém no pleno estado de direito, nem mesmo um rinoceronte, pode ser forçado a produzir provas contra si mesmo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lengalenga é seu nariz esmilinguido!

Segue a fala do ministro da Saúde José Gomes Temporão, hoje em Moçambique. Saiu no Estadão.com.br:

"Existem algumas vozes, para mim, minoritárias, e isso é positivo, que vêm com a velha ladainha, lengalenga, de que a saúde precisa de mais gestão. Quem fala isso, fala de cima de seus magníficos planos de saúde e acha que o povo tem de ter uma saúde de segunda categoria."

Vixe! A grita contra a CPMF chegou à costa do Índico. Fosse coisa de uma minoria não traria incômodo. Não achei o áudio desta declaração, que por isso ficou atrás do "cabeçário" de Fernando Haddad (ele se referia ao "cabeçalho" da prova do Enem) - cujo aúdio está disponível na rede, eu vi no Blog do Augusto Nunes.
O fato de ser velha a ladainha de que a saúde precisa de mais gestão é um sintoma. Já deveria sim ter sumido. A fome no mundo também. Enquanto a saúde não encontrar seu rumo e a fome no mundo não for debelada, continuaremos. Mesmo sendo uma minoria. O governo Lula teve a CPMF por cinco anos, ela caiu em 2007. Se a coisa não engrenou nem assim, não adianta chorar agora, não adianta bater o pé, nem chamar de bobo quem discorda.
Mas bom mesmo é o julgamento que o ministro faz da gente: se falamos que a saúde precisa de melhor gestão, o fazemos de cima de nossos magníficos planos de saúde. Oi? Hein? Mag... o quê? Esse homem tá falando da gente mesmo? E se a gente acha que o povo tem mais é que ter saúde de segunda categoria, por que raios cobraríamos melhor gestão do ministério? Ah, e a gente não é do povo?
Como se trata de um tema meio meio difícil de entender, algum marqueteiro deve ter soprado no ouvido do ministro que essa oposição maledicente se compõe de aquinhoados, e por isso mais educados. Temporão assume o que o governo tem negado: que parte substancial de seus eleitores é formada de grupos mais pobres, deseducados e que sua oposição está na elite.
Isso é uma bobagem. Não quer dizer nada. Não quer dizer que os mais pobres estejam a favor da CPMF, não quer dizer que eles não achem que a saúde precisa de gestão. Muito menos quer dizer que estejam calados.
Entenda uma coisa, Ministro: nós queremos uma saúde pública decente, e isso só é possível caso haja uma gestão decente de recusros. E lengalenga é dizer que os planos de saúde são magníficos, e símbolos de status, quando na verdade são um imperativo em tempos de desassistência pública, sem contar a vergonha a que submetem seus clientes e o achaque que impõem aos profissionais que ainda insistem em trabalhar para eles.

O último refúgio dos canalhas

Não sei se foi Tolstoi quem disse que "O patriotismo é o último refúgio dos canalhas." Antes cumpre dizer que o termo 'canalha' vem do latim, significando originalmente algo como 'conjunto de cães'. Há quem diga "cair na boca da canalha" ao indicar que determinada pessoa está sendo vítima de fofocas. O uso consagrado deste adjetivo, no entanto, se refere a um só indivíduo, nunca um cão, e todos sabemos seu atual sentido.
Pois bem. Vejo no blog do Frederico Vasconcellos, o qual sugiro para quem quiser acompanhar o Judiciário, que o juiz Edilson Rodrigues, de Sete Lagoas foi condenado à disponibilidade compulsória por emitir declarações preconceituosas em sentenças onde julgava casos de violência contra mulheres. O magistrado escreveu asnices como "o mundo é masculino", "Jesus foi homem" e até a clássica "a desgraça humana começou no paraíso por causa de uma mulher."
Uma das colegas que o julgava votou contra a condenação, recomendando uma censura e um exame  de sanidade mental. Sempre foi assim. Quando não há mais possibilidade plausível de defesa, apelam, como um último recurso (ou último refúgio...), para a psiquiatria. Sorte nossa que o Tribunal não se comportou como um bando de cães e nem ligou para a argumentação da doutora. Condenou o distinto à tal da Disponibilidade.
Assim sendo, o senhor Edílson será proibido de excercer qualquer atividade nos próximos dois anos, porém sem prejuízo de salário. Vai continuar ganhando para, agora sem trabalhar, continuar a odiar as mulheres em paz.
Deve ter um monte de justificativas em linguagem de tribunal, para este tipo de condenação. Ao juridiquês respondo com o latim: trata-se de típica sansão corporativa, bem ao gosto da canaglia.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

E o Enem...

Há uma semana falávamos aqui da atuação de Fernando Haddad na pasta da Educação. Depois de alguns comentários, arrematamos: "e o Enem..."
As reticências eram, confesso, de dúvida mesmo. Não queriam dizer algo como "sem comentários". O Enem estava por vir. Podia ser que desse certo este ano. Mas não deu.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que em sã consciência ninguém pode ser contra um processo que avalie os egressos do ensino médio, que este instrumento sirva para se medir a qualidade do ensino e de quebra selecione para as faculdades, sendo uma alternativa ao vestibular. Mas é grave, muito grave, quando o Enem começa a ter lambanças anuais, todas as vezes em que for feito.
Tenho para mim que um dos gargalos é o tamanho. Um exame único, feito em um só dia, para quase cinco milhões de alunos tem muito risco. ainda mais numa gestão amadora como esta.
O SAT - Scholar Aptitude Test, dos Estados Unidos, que também serve como um dos parâmetros para seleção das Universidades, é feito mais ou menos pelo mesmo número de estudantes que fazem o Enem . A diferença é que o aluno de lá pode escolher dentre várias datas pelo ano. Poderíamos adotar estas múltiplas datas por aqui. Aliás o Enem já foi (e será  novamente este ano) feito em mais de uma data, por força da bagunça.
Isto não comprometeu o resultado, principalmente pela forma da prova, que se baseia na Teoria da Resposta ao Item, usada há muito tempo no SAT e introduzida ano passado no Enem . Por esta teoria, muito lembrada pelo ministro Haddad hoje na sua coletiva, a prova levaria em conta não uma soma simples de questões acertadas, mas um escore, baseado nos graus de dificuldade encontrado nas questões. Por exemplo, se numa prova com dez questões um aluno acertar quatro difíceis e duas fáceis, e outro acertar quatro médias e duas fáceis, o primeiro aluno terá um escore maior que o segundo, ainda que ambos tenham acertado seis questões, deu para entender?
A "resposta ao item" é uma parte boa do Enem, lembrada aqui para que não fiquemos de birra com a existência do exame. A parte ruim é o próprio Ministério. Cujo gabinete, Lula já "pediu" a Dilma que mantivesse.

sábado, 6 de novembro de 2010

A empáfia de antes e o Marquês de Abrantes

A melhor parte do discurso de Lula hoje, para os formandos do Instituto Rio Branco foi dizer que o Brasil é o celeiro do mundo. Não pelo ufanismo, mas pelo reconhecimento ao Agronegócio. Porém, de resto, foi um desando só. Nem dá para perder tempo desmentindo tudo - ele disse, por exemplo que não indicou políticos para embaixadas. Deve considerar Itamar Franco, indicado para as embaixadas da Itália e depois Portugal, um diplomata.
Mas uma frase que podemos pinçar é bem ilustrativa: "Vai ser difícil a imprensa reconhecer que (Celso) Amorim foi o mais importante ministro das Relações Exteriores."
Nosso presidente lida mal com quem discorda dele. Vai querer voltar com a história do controle da Imprensa, e desta vez porque não reconheceram que Amorim, pelo menos como Chanceler, foi o cara.

Lula se esqueceu de onde estava. O Instituto em questão leva o nome do Barão do Rio Branco, que ocupou o mesmo cargo de Amorim, também ocupado por gente como José Bonifácio, Quintino Bocaiuva, San Tiago Dantas e Afonso Arinos. Oswaldo Aranha, quando Ministro, chefiou a delegação brasileira na primeira Assembléia Geral da ONU. Foi o primeiro a discursar, e, por conta disso a Assembléia é aberta pelo Brasil até hoje. Mas, segundo Lula, Celso Amorim foi maior que eles.

Deixando de lado estes nomes mais famosos, Lula deveria conhecer a história de Miguel Calmon du Pin de Almeida, o Marquês de Abrantes, um dos muitos Ministros das Relações Exteriores do Segundo Reinado. Foi ele o responsável pela condução da Questão Christie, que resumidamente, foi uma quizila entre o Brasil e a Inglaterra, a partir de uma confusão que marinheiros ingleses aprontaram no Rio. Pouco antes disso, uma carga de um navio inglês fora roubada no Rio Grande do Sul. Tendo recebido o pedido de entregar os ditos marujos arruaceiros à polícia brasileira, o embaixador britânico, William Christie, não só se recusou, como também exigiu um pedido formal de desculpas, além da indenização pela carga roubada no sul. Ameaçou chamar a Marinha Real Inglesa para bloquear a Baía de Guanabara, caso não fosse atendido. O governo brasileiro respondeu que estava pronto para a guerra.
O episódio terminou com a mediação do rei da Bélgica, tendo participação decisiva do Marquês de Abrantes.
Tudo isso se deu em 1863 e seria saudável que Lula soubesse. Talvez ficasse decepcionado ao saber que não foi em seu governo que o Brasil começou a 'peitar os grandes'.

Sem exagero, a melhor ação de Amorim como ministro foi ocupar o cargo durante todo mandato de Lula e assim impedir que Marco Antônio Garcia o ocupasse. Celso Amorim também mentiu em seu currículo, inventando um título de doutorado. Isso costuma dar sorte para os ministros de Lula.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CPMF, Mensalão e DRU

Pode ser que o argumento que sustente a CPMF seja o mesmo que legitimou o Mensalão: "todos fizeram, por que é que a gente não vai fazer?". Dias atrás vi Leonardo Boff achar normal a corrupção no PT, já que o Brasil é corrupto há mais de quinhentos anos. Eu não acho normal nem uma coisa nem outra.
Bem, a CPMF não foi criada há quinhentos anos. Apareceu como IPMF em 93, sob Itamar Franco. Na época chamaram de Imposto mesmo, e assumiam que era para dar "um gás" na arrecadação. Ela voltou em 97, sob FHC, e disseram que o arrecadado iria para a saúde. Na campanha de 2001, Lula prometeu acabar com ela. Não o fez. Ficou com ela até 2007, podendo ter dela tirado o proveito que FHC não tirou. Em 2007, o Congresso derrubou a CPMF, inclusive com votos do PT.
Naquela mesma votação foi aprovada a manutenção da Desvinculação de Receitas da União, a DRU, que existe com este nome desde 2000, portanto desde antes de Lula assumir. A DRU é um jeito que o governo arrumou para desvincular até 20% do orçamento para aplicar onde achar necessário. Advinha: a CPMF vinculava a maioria de sua arrecadação á saúde, certo? Ora, quando o governo via aquela montanha de dinheiro, "desvinculava" da saúde e gastava em outras coisas, que não vêm ao caso agora. Fazia isso dentro da lei, pois existia a DRU (Entenda-se, a desvinculação era dentro da lei. O gasto do dinheiro a gente não tem certeza.).
Por isso a CPMF, noves fora ser mais um imposto, nunca vai dar certo.

Atenção, Amigos: em primeiro lugar, não vale o argumento do Mensalão. Lula também teve a CPMF ao seu dispor e a saúde ficou como sempre. Aliás o argumento do Mensalão também não vale para o Mensalão. Em segundo lugar, quando alguém insistir em defender a CPMF, acabe logo com a conversa. Diga "não vai dar certo por causa da DRU".

Olha a CPMF aí geeeente!!!

Prestem atenção nesta sequência:
Primeiro veio aquela que será a primeira presidenta (como ela mesmo diz) do Brasil, e faz um monte de promessas para a saúde. Prometeu 500 UPA's (Unidades de Pronto Atendimento); a tal Rede Cegonha, o aumento da distribuição gratuita de remédios e outras maravilhas (se fossem de fato realizadas seriam mesmo).
Depois vem Lula e nos lembra que de algum lugar vai ter que sair o dinheiro, que não tem milagre.
Daí volta Dilma e disse que aceita conversar sobre governadores sobre a CPMF. Ai ai...
Segue a precisa análise de Reinaldo Azevedo, em seu blog, acerca desse negócio de colocar os governadores no rolo:

"Por quê? Dilma terá uma maioria no Parlamento como nunca antes na história destepaiz. O governismo pode impor a CPMF sozinho — como tinha votos, se quisesse, para aprovar a sua prorrogação em 2007. Ocorre que quer meter a oposição no imbróglio. No Congresso, os oposicionistas são dispensáveis. Assim, o jeito de dividir o ônus de mais um imposto é chamar os governadores porque dez deles serão da oposição — 8 tucanos e 2 democratas."

Azevedo ainda usa de ironia ao afirmar que Dilma quer criar "governadores laranjas". Se ela acha normal ser uma presidenta laranja (e nisso não seria a primeira, já tivemos outros presidentes "laranjos"), não dá para esperar que os chefes de governos estaduais também achem.

Os próximos capítulos incluirão os governadores de oposição, tomara, se opondo ao novo imposto, Lula dizendo que a falta de dinheiro para a saúde é culpa deles e assim vamos até a virada do ano.
Os próximos capítulos não incluirão discussões sobre a Emenda Constitucional 29, nem alertas para que o governo aprenda a gastar direito a dinheirama que arrecada de maneira a sobrar mais para a saúde - o que, convenhamos, é algo como alertar para a fome do mundo. Mas se não alertarmos nem para uma coisa nem para outra, a CPMF retorna e a fome no mundo nunca se acabará.

Lula quer fazer a Reforma Política... nós também!!

O ministro Alexandre Padilha (das Relações Institucionais) disse hoje que a prioridade de Lula ao deixar o governo será negociar com partidos da base aliada um projeto de Reforma Política a ser enviado ao Congresso já no ano que vem.
Beleza! Não custa lembrar que ao ser enviado ao Congresso, o projeto deverá também ser negociado com a Oposição, antes de ser votado. Oposição que certamente terá seu projeto próprio para a tal Reforma.
Curioso como Lula vai, sem cerimônia, escanteando Dilma e assumindo a transição para seu Terceiro Mandato. É muito bom, diga-se, que o debate sobre a Reforma Política comece logo. Vou repetir... O DEBATE!!! Mandar um Projeto para o Congresso, assim, prontinho para ser aprovado só se a gente dormir no ponto.
A sociedade não pode assistir pasmada a esta manobra - que cá para nós tem cheiro de enrolação, pois Lula nem triscou neste tema em seus dois primeiros mandatos. Mesmo quem votou no PT tem que saber do que se trata, discutir, ter opiniões, se manifestar.
Ver passivamente o envio de um Projeto desta importância ao Congresso é coisa para Dilma.
Nós não aceitaremos. Vamos conversar sobre financiamento de campanha, configuração dos partidos políticos, voto proporcional e outros temas envolvidos nesta questão. É menos complicado que parece. Falaremos muuito disso por aqui.

Aliás, alguém aí acreditou em Lula quando ele disse ontem que ficaria na arquibancada, só aplaudindo o governo Dilma?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A mentira da CPMF

Lula mente. É tendencioso. Acha que nos engana.
No pronunciamento de hoje, marcando a transição para seu terceiro mandato, ele inicialmente nos fez o favor de dizer que quem vai escolher o ministério será a Dilma. Eu achava que isso era óbvio. Mas ele precisou mentir para nos convencer que sairá de cena.
O que doeu mesmo foi a falácia da CPMF. Segundo ele, a saúde do Brasil deixou de receber uns muitos milhões porque a Oposição votou contra a CPMF. Cumpre lembrar alguns fatos:

 - A OAB já apontou para a inconstitucionalidade da CPMF
 - A saúde do Brasil não atingiu níveis de Primeiro Mundo quando ela era cobrada, até porque seus recursos nunca foram para a saúde.
 - Entidades como o Conselho Federal de Medicina, os Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde e a Associação Médica Brasileira não apoiaram o retorno da CPMF
 - Ah, e o PT votou (corretamente) contra a CPMF nos governos Itamar e FHC

O que as pessoas que vivem o problema de perto no Brasil defendem é a regulamentação da Emenda Constitucional número 29. Só lembrando, em resumo, esta Emenda determina que o orçamento do governo federal para a saúde em um ano seja pelo menos o mesmo do ano anterior, acrescido da variação do PIB.
O Presidente Lula, que pelo jeito vai fazendo o papel de Bad Cop nesta transição, e seus deputados BARRARAM qualquer tentativa de se aprovar a regulamentação da EC 29, mesmo sendo relatada, justiça seja feita, por um senador do PT, Tião Viana.

O que a oposição fez, ao votar contra o retorno da CPMF, foi impedir que fosse para a saúde um dinheiro que já não iria para a saúde mesmo.

Aulas presidenciais

O Presidente Lula, prestes a iniciar seu terceiro mandato, disse que iria nos ensinar como é que se comporta um ex-presidente. Depois de, nos últimos meses, envergonhar a instituição da Presidência da República ele passará a se dedicar a envergonhar a instituição da Ex-Presidência. Neste quesito não precisa dar aulas, já que temos professores titulares, como Sarney e Collor, seus aliados de sangue.
Passou ainda um recado á oposição: que não sejam raivosos, que busquem o que é bom para o País. Quer ensinar também à Oposição como deve se comportar.

Lembrando que:

O PT da oposição se absteve na votação que elegeu Tancredo Neves.
O PT da oposição se recusou a assinar a Constituição Cidadã, de 1988
O PT da oposição votou contra o Plano Real
O PT da oposição votou contra a Lei da Responsabilidade Fiscal
O PT da oposição entoava "Fora FHC", apostando no clima de quanto pior melhor
O PT da oposição dizia que Bolsa Alimentação era esmola...

...é melhor o Presidente que nunca leu um livro não se meter a dar aulas.

A marquetagem continua

É comum que fiquemos meio basbaques diante de Presidentes recém eleitos. Mas tem gente que exagera. Li no Blog do Vinícius Torres Freire o seguinte:

"A Dilma presidente eleita é muito melhor que a Dilma candidata.(...)
E a mulher está evidentemente feliz e mais leve. Vestida de candidata, com a maquiagem pesada da marquetagem, parecia artificial, limitada, reprimida, dura, como quem usa aqueles coletes ou colares ortopédicos."

Bem, talvez fosse o caso de chamar o marqueteiro às explicações. Então foi só ele sair que o produto melhorou? Em defesa de João Santana, tenho a dizer que ele não saiu de forma alguma. Estamos vendo a depuração do Produto, algo natural após este tempo todo de entalhe. Dilma ainda se trai no seu português esquisito, parece ler o tempo todo ou falar algo decorado. Quanto tenta o improviso sai-se com "vamos rever o aumento do salário mínimo, mas não sabemos como."
O curioso é que, ao falar de tolerância com a Imprensa, da defesa da iraniana que será executada, de diálogo com Governadores, ela parece defender o óbvio. Porém Lula foi, para dizer o mínimo, desastrado ao abordar estes pontos. Correr para corrigir esta postura, respondendo a todos nós que não votamos nela é uma manobra, para citar Torres Freire, de "maquiagem pesada da marquetagem."

A Junta Permanente

Nem será a primeira vez que teremos uma Junta a governar o Brasil. Quando promoveu as então Capitanias  para Províncias, Dom João VI estipulou em lei que o governo provincial seria realizado inicialmente por Juntas Provisórias. Tinha província cuja Junta continha sete membros. Ao contrário do costume que se consagraria no Brasil, as tais Juntas foram realmente Provisórias e cederam lugar aos Presidentes de Província dois anos depois. Tivemos as Regências no Segundo Império, para governar enquanto Pedro II crescia. Na "Revolução" de 64 apareceram as Juntas Militares: uma logo quando Jânio caiu, a outra em 69, governando de agosto a outubro daquele ano. Foi no governo desta Junta que sequestraram o Embaixador Americano, pedindo o como resgate a libertação de presos como José Dirceu.
Eis que lá vem outra. Não será assim nominada, porém, na prática, irá assegurar a governabilidade do Terceiro Mandato. Até agora os três - Antônio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo não tiveram vergonha de aparecer como papagaios de pirata de Dilma. Saíram de fininho, para compor a Equipe de Transição - o novo nome para esta que será a Junta Permanente, que nos governará pelos próximos quatro anos.
Alivia um tanto saber que Dilma não está sozinha, e terá, até atingir sua maioridade, esta Regência a lhe guiar os passos!
Ah, Michel Temer também faz parte da Equipe de Transição. Bah! Todos sabemos, inclusive ele, que se trata de um despiste...

Reforma Agrária x Tensão Agrária

O sr Stedile, líder do MST, já está afiando as unhas. Segue trecho do que ele disse, publicado hoje no Uol:

"O fortalecimento da agricultura familiar é, segundo Stédile, outro ponto que merece atenção da presidente eleita. “Há o confronto permanente entre dois modelos de agricultura”, destacou. De acordo com ele, esse embate ocorre entre o agronegócio - “que expulsa mão de obra e usa venenos” - e a agricultura familiar - “que absorve mão de obra e produz alimentos sem venenos”."

Vamos lá: oitenta por cento das propriedades rurais do Brasil são de pequenos ou médios produtores. A maioria é gente que rala pra burro, muito deles nem proprietários são, mas sim arrendatários que 'alugam' as terras e pagam ao dono com parte da produção.
Saiba que, para que toda propriedade rural possa funcionar como negócio no Brasil, é preciso que siga uma norma técnica do Ministério do Trabalho, a NR-31. É um calhamaço, que tem que existir mesmo, com o fim de regulamentar o trabalho nas fazendas.
Esta norma serve tanto para aqueles 80% citados acima, como também para as fazendas da Cutrale e da Cosan e deveria servir para os assentamentos do MST.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) tem um grupo de trabalho que faz uma fiscalização buscando adequar as fazendas a esta norma. A idéia é criar um selo tipo ISO 9000.
Só este ano percorreram 1000 fazendas - até maio. O governo federal fiscalizou de 2003 até maio deste ano 1800 fazendas (!).
Dá para ver que a CNA não quer esconder o trabalho que se faz no campo. Mas o MST não divulga sua produtividade, nem as condições de trabalho das famílias. Deve ter mais a esconder.
Essa argumentação de agricultura com veneno e que tira emprego versus agricultura limpa e que dá emprego é falaciosa. Uso as palavras da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, publicadas em um artigo no Estadão de 25 de maio deste ano, de onde tiramos os dados citados acima:

"O MST, braço rural do PT, não quer a reforma agrária, mas sim a tensão agrária, de preferência com cadáveres em seu caminho, de modo a dar substância emocional a um discurso retrógrado e decadente. Reforma agrária não é postulado ideológico, é imperativo do desenvolvimento sustentado. Por isso a CNA a apoia. Por isso o MST e a esquerda fundamentalista não a querem."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lula quer Jobim e Haddad

Ele já começou o terceiro mandato: quer a continuidade de Nelson Jobim e Fernando Haddad, respectivamente nos ministérios da Defesa e Educação.
Jobim é aquele ministro civil da Defesa que adora posar de farda, disse na sua posse um adágio do inglês Benjamim Disraeli para apupar Waldir Pires, ministro demitido: "Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe." Depois arrematou: "Aja ou saia. Faça ou vá embora." Bem... até hoje não se decidiu quais serão os caças que compraremos. Os aeroportos estão uma pirâmide de cartas, sem contar que nossas fornteiras continuam a festa do caqui. Jobim não agiu e nem fez. Não sairá, nem irá embora...
Já Fernando Haddad... As vagas em curso superior não aumentaram com ele, apenas os lucros das universidades de fundo de quintal. Políticas para o ensino básico e fundamental? Talvez mais um mandato para que ele nos mostre uma, uminha. E o Enem...
Se Lula considera a gestão destes senhores como boa, imagine quem ele considera ruim em seu governo... se é que considera...

Caminhos da Oposição

Por aqui também comentaremos e refletiremos sobre a atuação do PSDB e outros partidos aliados na Oposição.

Reformas

Infelizmente julgamos que, por absoluta indigência programática, as reformas (Tributária, Previdenciária e Política) não serão sequer propostas no terceiro mandato de Lula - como também não o foram nos dois primeiros.
Ainda assim, além de lamentar a falta de propostas para as Reformas, discutiremos algumas por aqui.

Defesa do Agronegócio

Um dos pilares de nossa Economia, reconhecidamente competitivo, com a nossa cara, nosso modelo, nossa cultura. O Agronegócio é motivo de orgulho. Para quem se esquece dele, mesmo na hora em que come carne, fruta, verdura, na hora em que bebe leite e até cachaça, tudo made in Brazil, falaremos de sua importância. E alertaremos sempre para a forma demagoga, desinformada e tendenciosa com que setores da esquerda tratam este assunto.

Vergonha de ser classe média

Qual o problema de ocupar este nicho social? O que há de errado em estar onde estamos?
Há motivos para termos esta vergonha, mas é hora de perdê-la. Ouvimos de nossos professores explicações tendenciosas sobre o papel da 'pequena-burguesia', tratada como sub-raça em todos os anos de nossa formação educacional.
Confundiram crítica com revolução comunista, com 'luta', com briga e ranger de dentes.
Chega. Se no passado nossas respostas nas provas estavam certas apenas se sentássemos o pau na pequena burguesia, é hora de examinar melhor esta história.
Crescemos com culpa de não sermos proletários, com vergonha de nossas (poucas) posses, com receio de não podermos participar da gloriosa revolução do proletariado pelo fato de termos acesso a bons serviços e bens de consumo - o que foi conseguido a custa de muito trabalho de nossos pais, o mesmo que agora empreendemos para garantir os mesmos acessos aos nossos filhos.
Nesta trincheira examinaremos a razão de nosso silêncio. E que ele acabe logo.
E, dai-me paciência, isto não faz deste Blog um Blog elitista.

Privatizações

As privatizações merecerão um espaço generoso neste Blog. É um legado, uma lição para as gerações futuras. Este Blog será uma peça de resistência à deturpação que se tem feito, seguida do mais vigarista dos terrorismos eleitorais. Chega de ignorância. Aos gritos, ironias e palavras ocas de ordem responderemos com argumentos. E só aceitaremos a discussão nestes termos.
É nosso dever elevar o nível. A começar com o embasamento, com a crítica ao que nos é vendido por correntes tendenciosas.
Nos próximos posts examinaremos o processo de Privatizações desde FHC, além da falácia envolvida na Pirvatização da Petrobrás, ponto último da argumentação do PT contra Serra, usado na falta de verdades desabonadoras, no nível de Erenices e quetais.
SEM MEDO, AMIGOS, DE DEFENDER AS PRIVATIZAÇÕES QUE FIZERAM O BRASIL AVANÇAR! SEM MEDO DE COMBATER O TERRORISMO QUE APREGOA A MENTIRA DA PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS!

Chegamos !

Amigos,

Nesta nova trincheira daremos início à vigilância, sem descanso, do terceiro mandato de Lula. A sociedade precisa se organizar em grupos de pressão. Quem é da classe média precisa perder a vergonha de se assumir como tal. Pagamos impostos, ajudamos a compor substancial parte do PIB, aspiramos a uma ascensão social através da educação e do empreendedorismo. Somos trabalhadores, compradores, eleitores. Temos a legitimidade de nos manifestar.
Sem medo de cara feia, de palavras de ordem, de frases feitas. Somos donos de nosso presente. Desta trincheira, faremos nosso futuro.