quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Reforma Agrária x Tensão Agrária

O sr Stedile, líder do MST, já está afiando as unhas. Segue trecho do que ele disse, publicado hoje no Uol:

"O fortalecimento da agricultura familiar é, segundo Stédile, outro ponto que merece atenção da presidente eleita. “Há o confronto permanente entre dois modelos de agricultura”, destacou. De acordo com ele, esse embate ocorre entre o agronegócio - “que expulsa mão de obra e usa venenos” - e a agricultura familiar - “que absorve mão de obra e produz alimentos sem venenos”."

Vamos lá: oitenta por cento das propriedades rurais do Brasil são de pequenos ou médios produtores. A maioria é gente que rala pra burro, muito deles nem proprietários são, mas sim arrendatários que 'alugam' as terras e pagam ao dono com parte da produção.
Saiba que, para que toda propriedade rural possa funcionar como negócio no Brasil, é preciso que siga uma norma técnica do Ministério do Trabalho, a NR-31. É um calhamaço, que tem que existir mesmo, com o fim de regulamentar o trabalho nas fazendas.
Esta norma serve tanto para aqueles 80% citados acima, como também para as fazendas da Cutrale e da Cosan e deveria servir para os assentamentos do MST.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) tem um grupo de trabalho que faz uma fiscalização buscando adequar as fazendas a esta norma. A idéia é criar um selo tipo ISO 9000.
Só este ano percorreram 1000 fazendas - até maio. O governo federal fiscalizou de 2003 até maio deste ano 1800 fazendas (!).
Dá para ver que a CNA não quer esconder o trabalho que se faz no campo. Mas o MST não divulga sua produtividade, nem as condições de trabalho das famílias. Deve ter mais a esconder.
Essa argumentação de agricultura com veneno e que tira emprego versus agricultura limpa e que dá emprego é falaciosa. Uso as palavras da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, publicadas em um artigo no Estadão de 25 de maio deste ano, de onde tiramos os dados citados acima:

"O MST, braço rural do PT, não quer a reforma agrária, mas sim a tensão agrária, de preferência com cadáveres em seu caminho, de modo a dar substância emocional a um discurso retrógrado e decadente. Reforma agrária não é postulado ideológico, é imperativo do desenvolvimento sustentado. Por isso a CNA a apoia. Por isso o MST e a esquerda fundamentalista não a querem."

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