quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A dialética do PT

O Terceiro Mandato de Lula será o governo da Tese. Finalmente, desprovidos de oposição, com uma mídia de joelhos e um Congresso bovino, tendo eleito uma nulidade para a presidência, os petistas poderão dizer quem são.
No Primeiro Mandato tivemos a Antítese: um ex-presidente do BankBoston para o Banco Central, Palocci promovido a social-democrata na Fazenda, Roberto Rodrigues na Agricultura, Luís Fernando Furlan no Desenvolvimento e a manutenção dos programas sociais de FHC.
No Segundo Mandato a Síntese: continuava alguma coisa, mas já havia o Mensalão, os Aloprados a grandiloquência do PAC, e o embrião do Partido Totalitário com o bordão "Nuncaantesnestepaís...".
Neste Terceiro Mandato, que começou quando Lula levou a primeira multa do TSE por escancarar a campanha de Dilma, teremos a mostra do que este governo sempre quis ser. Controle da Imprensa, um imenso arco de alianças lastreadas na promessa do maior loteamento de cargos já visto (e apenas nisso), além da grandiloquência em níveis estratosféricos (vide o trem-bala) nos mostram a real face desta turma.
Nada escapará da sanha do totalitarismo, nem o passado. Lula chama de herança maldita o fato de encerrar o mandato sem ter que cortar zeros e mudar o nome da moeda. Diz que as privatizações quebraram o país, ao mesmo tempo em que concede no edital do trem-bala uma garantia de cinco bilhões de reais à empresa vencedora, caso a operação não dê retorno, sem falar na lei que facilitou a vida da Oi - uma benesse que nenhuma empresa de telefonia teve com os tucanos.
Lula disse hoje que Serra deve pedir desculpas pelo episódio da bolinha. Daqui a pouco exigirá dos opositores que peçam desculpas por terem nascido.
Será este o Mandato da Tese, da plena realização do Moderno Príncipe gramsciano. Ai de quem contestar Dilma, que será defendida com fúrias dignas de fanatismo.
Um regime totalitário não precisa se servir necessariamente de uma ditadura. Triste democracia.

Um comentário:

  1. Olha, meu querido, votei no Lula, não me arrependo e sinto pelas suas opiniões serem tão diferentes das minhas. E já houve um tempo que compartilhávamos ideias semelhantes. O que o tempo não faz. Ou o que a imprensa (O Globo? FSP? ESP? Que imprensa?) não massacra. Ou o que o meio médico não lava e cabresta.

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